Adoro as meias de seda
e o que permitem presumir
mas lá não está exactamente.
Adoro-as como a um barco
em que se vagueia
num mar que tudo rodeia
e por isso o habitamos
numa sensação irreal.
Amo o lugar das nuvens,
que são a água rodeando tudo
e aí me sinto um marinheiro,
alagado sem saber onde
nem porquê.
Voltando às meias imaginadas
- de seda –
também elas têm a doce
consequência do horizonte;
a de não serem completamente
olhadas
e tudo ser ao mesmo tempo
maravilhoso,
ténue,
avassalador,
quase pecaminoso,
mas tão, tão solene e grandioso.
Nas meias, como no horizonte,
só se imagina o que
para lá deles se esconde.
Adoro as meias de seda
como o por trás do horizonte:
Nada deixam transparecer,
mas toda a fantasia neles se
esconde.
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