terça-feira, 15 de abril de 2008

GAIOLA LIVRE



Como que o poema

não precisa

de mais nada à volta,

por fora da pele,


mas obriga
a que tudo seja

de mel

e feito de esperança,

numa trovoada
sempre mansa.

Sei que sabes

- e isso também espanta –

que se não deixares

todo o corpo

morrer pelo poema

já nem vale a pena
seres.

miguel martins

sexta-feira, 11 de abril de 2008

MOMENTO ENORME E TRANSFIGURADO

Em cada vez

só uma pequena dádiva,

uma pequena gota caindo,

mas olhando ao redor

para tudo o que existe

é um instante constante

da mais desmesurada

sapiência.

E assim,

De cada vez

é uma pequena alegria

sem fim,

quase a Porta

de todo o Segredo.

De cada vez que surge

é um templo camuflado

de quase coisa nenhuma.

Mas quando se trata

de atingir Urano,

Saturno,

Neptuno,

Plutão

devemos lembrar que esse

é

apenas

o primeiro e pequeno

degrau,

até Tudo estar iluminado