Até podia merecer
a tua mão,
como o peregrino
que já passou pelo deserto
merece a fonte imensa.
Podia ser digno
dos teus lábios,
como a gaivota
que conhece,
inteiro,
o oceano,
merece o alto pedestal da
falésia salvadora.
Podia também ser dono
dos teus incertos nevoeiros
pela manhã,
como um beijo merece
ser o silêncio das
flores
no secreto altar da Primavera.
Podia merecer-te a voz
e o mistério,
até onde é supremo
saber cantar conjuntamente.
Podia, como toda a música
que vestes,
saber-te o milagre inteiro.
Podia, podia, podia,
mas a última vontade
será fazer parte
do que tens sempre de céu
em cada dia.
1 comentário:
Lindíssimo poema.Parabéns
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